sábado, 3 de dezembro de 2011

Resumos de Artigos CME

Artigo 1

O trabalhador sem formação em enfermagem atuando em centro de material e esterilização: desafio para o enfermeiro

Resumo

O estudo teve com objetivo caracterizar o processo de inserção nos centros de material e esterilização - cme, de trabalhadores que não possuem formação específica na área de enfermagem. Fizeram parte do estudo 75 trabalhadores de dois hospitais públicos. Após observação dos aspectos éticos legais, os dados foram obtidos por meio de questionário previamente validado e testado. Foram encontrados 15 trabalhadores sem formação específica, provenientes de serviços diversos intra e extra hospitalar, os quais não foram submetidos a processos de seleção ou treinamentos, tendo aprendido a rotina do serviço com colegas de trabalho. Tais aspectos são preocupantes, considerando-se o risco ocupacional do trabalhador, o comprometimento da qualidade do reprocessamento de artigos hospitalares e o cumprimento da legislação do exercício profissional.

Descritores: Recursos humanos de enfermagem. Prática profissional. Educação continuada.


Artigo 2

O processo de trabalho da enfermeira na central de material e esterilização


Resumo

Objetivo: descrever a percepção grupal de enfermeiras acerca dos elementos do seu processo de trabalho na central de material e esterilização (cme).
Métodos: pesquisa qualitativa, descritiva com quinze enfermeiras de cme de instituições de saúde e ensino de curitiba paraná. os dados foram coletados por meio de grupo focal e submetidos a analise de conteúdo temática.  
Resultados: foram definidos os elementos do processo de trabalho na percepção do grupo focal: os objetos são a equipe e o processamento de materiais; os instrumentos foram planejamento, comunicação/ relacionamento interpessoal e conhecimento; as finalidades são garantir a qualidade do serviço e da equipe, cuidado indireto, e busca, aprimoramento e aplicação de tecnologias.
Conclusão: perceber e refletir os elementos do seu processo de trabalho permite a enfermeira da cme compreender a sua prática, desenvolver ações condizentes às suas necessidades e qualificar o seu saber-fazer.
Descritores: trabalho; equipe de enfermagem; esterilização/instrumentação; administração de materiais no hospital/ organização e administração.


Artigo 3

O enfermeiro na central de material e esterilização: uma visão das unidades consumidoras


Resumo: delimitamos como objeto as concepções dos enfermeiros das unidades consumidoras (uc) acerca do seu trabalho na central de material e esterilização (cme). Temos como objetivos: identificar essas concepções e discutir o trabalho dos enfermeiros em cme quanto a sua importância como cuidado de enfermagem. O estudo é descritivo com abordagem qualitativa. A entrevista semi-estruturada foi utilizada na coleta dos dados com 25 enfermeiros de dois hospitais, um público e outro privado, do rio de janeiro, entre novembro de 2006 e julho de 2007. Da análise temática emergiram três categorias: trabalho que envolve gerência; trabalho desconhecido, mas fundamental; o invisível que é essencial em sua simplicidade. Concluímos que os enfermeiros que atuam nas uc desconhecem o papel técnico do enfermeiro na cme, considerado um trabalho gerencial. Esse trabalho precisa ser mais valorizado, pois a alocação freqüente de funcionários próximos da aposentadoria ou com problemas de saúde prejudica a imagem e a credibilidade conferidas ao setor. Diversos aspectos relacionados ao trabalho do enfermeiro em cme o caracterizam como cuidado, tais como a segurança ao cliente e a preocupação com a qualidade do assistir.

Palavras-chave: administração hospitalar; administração de material; papel do enfermeiro; central de material e esterilização.


Artigo 4

Um marco conceitual ao trabalho da enfermagem na central de material e esterilização.

Resumo: a central de material e esterilização (cme) é um setor de serviços de saúde que possui saberes e práticas específicos ao seu processo de trabalho, e são passíveis de reflexões que podem ser realizadas por meio do estudo das teorias de enfermagem, de seus conceitos (percepções, definições) e proposições (deduções, propostas), formando um marco conceitual. esta reflexão teórica tem por objetivos compreender os conceitos que envolvem o processo de trabalho da enfermagem na cme. após a apropriação e discussão pelas autoras dos conceitos que formam o metaparadigma da enfermagem, ser humano, ambiente, processo saúde-doença e enfermagem, foi possível a reflexão de conceitos que podem ser adaptados à prática da cme e se tornarem uma ‘ferramenta’ para entender a importância de seu trabalho e subsidiar a prática da enfermagem na área.

Palavras-chave: trabalho; enfermagem; prática profissional; central de material e esterilização; teoria de enfermagem.


Artigo 5

O enfermeiro da central de material e esterilização e a percepção do seu papel social

Resumo

Utilizou-se análise de discurso para compreender como os enfermeiros da central de material e esterilização (cme) percebem seus papéis sociais e os relacionam com a estrutura da assistência à saúde e com o processo de cuidar da enfermagem. Os entrevistados valorizam seu trabalho, identificando-se com um papel social já dado. Essa valorização decorre antes do papel administrativo que do específico à cme. Nesse contexto, não há tensão entre o seu fazer e a relação, ou não, com o cuidado pelo enfermeiro. Manifestam percepção de valor externo negativo do seu trabalho, suficiente para geração de tensão e desconforto.

Descritores: Cuidados de enfermagem. Almoxarifado central hospitalar. Satisfação no emprego.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Ficha da Diciplina

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE MEDICINA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

DISCIPLINA: BASES TEÓRICAS DE ENFERMAGEM CIRÚRGICA
CÓDIGO: GEN029 UNIDADE ACADÊMICA: FAMED
PERÍODO/SÉRIE: QUINTO
OBRIGATÓRIA: ( X ) OPTATIVA: ( )
CARGA HORÁRIATEÓRICA TOTAL: 30
CARGA HORÁRIA PRÁTICA TOTAL: 15
CARGA HORÁRIA TOTAL DA DISCIPLINA: 45
PRÉ-REQUISITOS: Fundamentos de Enfermagem

OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Objetivo Geral:
Prestar assistência de Enfermagem aos pacientes em tratamentos cirúrgicos.
Identificar e processar os diversos materiais a serem desinfetados e esterilizados no arsenal cirúrgico, hospitalar e ambulatorial utilizados para prestar assistência médica e de enfermagem aos pacientes em tratamentos ambulatorial, clínico e cirúrgico.

Objetivos Específicos:
• Compreender o efeito da ansiedade sobre o paciente e equipe cirúrgica;
• Compreender as responsabilidades éticas e legais do Enfermeiro cirúrgico;
• Descrever as funções e responsabilidades do Enfermeiro no período peri-operatório;
• Compreender a importância da função educativa do Enfermeiro junto ao paciente cirúrgico e seus familiares no período peri-operatório;
• Utilizar a metodologia da Sistematização da assistência de Enfermagem no atendimento ao paciente cirúrgico e seus familiares;
• Identificar os princípios de cicatrização da ferida operatória;
• Atuar como membro de uma equipe multiprofissional;
• Conhecer a aplicação da tecnologia em enfermagem cirúrgica.
• Realizar desinfecção, lavagem, secagem e lubrificação dos diversos materiais do arsenal cirúrgico e hospitalar;
• Identificar os materiais danificados e fazer as substituições dos mesmos;
• Encaminhar os materiais que estiverem danificados para a recuperação;
• Realizar a inspeção e seleção do material a ser empacotado para ser esterelizado;
• Promover a esterilização dos materiais de uso no bloco cirúrgico e do complexo hospitalar;
• Armazenar e distribuir o material estéril.

EMENTA DA DISCIPLINA

Introdução à enfermagem cirúrgica, Assistência de Enfermagem no período peri-operatório. Processo de desinfecção e esterilização de matérias que são utilizados no cotidiano de um ambulatório e hospital.

PROGRAMA DA DISCIPLINA

CONTEÚDO TEÓRICO/PRÁTICO
 
Unidade I
Enfermagem no Centro de Material Esterelizado:
- Histórico da Central de Material e histórico dos processos de esterilização no Brasil.
- Localização da CME dentro da estrutura física do hospital e os modelos de organização da mesma dentro da realidade brasileira.
- Área física adequada para o funcionamento de uma CME.
- Aspectos éticos e legais para o funcionamento correto de uma CME.
- Previsão de pessoal para a CME.
Unidade II
Processo de limpeza:
- Limpeza e desinfecção de artigos hospitalares através do uso de agentes químicos.
- Esterilização de artigos hospitalares através do uso de produtos químicos:
Glutaraldeído; Ácidoperacético.
Unidade III
Processo de desinfecção:
- Principais requisitos a serem observados para a realização de processos de desinfecção e Esterilização, desde a limpeza até a fase de armazenamento;
- Os diferentes tipos de embalagens para os materiais;
- Embalagens disponíveis e requisitos para sua aquisição.
Unidade IV
Processo de esterilização validação e reprocessamento:
- Processo de esterilização à vapor saturado sobre pressão;
- Validação do processo de esterilização à vapor saturado sob pressão;
- Esterilização através do calor seco-estufa;
- Validação do processo de esterilização em estufa;
- Outros processos de esterilização: Óxido de Etileno (ETO);
- Vapor de Baixa Temperatura Formoldeído (VBTF);
- Plasma de Peróxido de Hidrogênio.
Unidade V
- Validação dos processos de esterilização.
- Reprocessamento de materiais de uso único.
- Avaliação


Unidade VI
Introdução à Enfermagem Cirúrgica:
- Conceito;
- Caracterização do paciente cirúrgico;
- Classificação das cirurgias;
- Terminologia cirúrgica.
Unidade II
Sistematização da assistência de Enfermagem no período peri-operatório:
- O período pré-operatório: histórico de Enfermagem, exame físico, educação do paciente e prescrição de Enfermagem;
- O período pós-operatório: admissão do paciente na unidade clínica, recuperação e planejamento da alta;
- A ferida operatória: curativo, retirada de pontos e cuidados;
- Dor pós-operatória: avaliação e classificação.
- O paciente com sondas e drenos.
- O paciente submetido a cirurgias ambulatoriais.
- Avaliação final
PRÁTICA
- O aluno irá prestar assistência individualizada ao paciente nos períodos per-trans-pósoperatório.
- O aluno desenvolverá todo o processo de recepção, desinfecção, lavagem. Lubrificação, secagem, inspeção, seleção, empacotamento, identificação, esterilização, controle, armazenagem e distribuição. Divide-se em três etapas: na área de expurgo, montagem e esterelização e distribuição.

BIBLIOGRAFIA

Bibliografia Básica:
BASSO, M., et. al. Limpeza, desinfecção de artigos e áreas hospitalares e anti-sepsia 2 ed. rev. e ampl. São Paulo: Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2004.
MEEKER, M. H.; ROTHROCK, J. C. Cuidados de Enfermagem ao paciente cirúrgico. 10 ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 1997. (Alexander)
MOURA, M. P. A. Enfermagem no Centro Cirúrgico e recuperação pós anestésica. 4 ed. São Paulo. SENAC. 1999.
MOURA, M.P. A. Enfermagem em Centro de material e esterelização. 3 ed. São Paulo SENAC, 1999.
PADOVEZE, M.C., Del Monte M.C.C. Esterilização de artigos em unidades de saúde 2 ed. rev. e ampl. São Paulo: Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2003.
SMELTZER, S. C. BARE, B. G. – BRUNNER & SUDDARTH – Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico. 6.ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 1999.

SOBECC, Práticas recomendadas – Centro cirúrgico, Recuperação anestésica, Centro de material esterilizado – São Paulo 2005 3 ed. rev.
Bibliografia Complementar:
ALGOWER, M. BEVILAQUIA, R. G. Manual de Cirúrgia. São Paulo, EPU, Springer, 1991.
STOCHERO, O. Enfermagem em Centro Cirúrgico Ambulatorial. Rio de Janeiro: MEDSI: Guanabara Koogan, 2005.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Cirurgia Segura

 A Cirurgia Segura é uma campanha da OMS e da Joint Commission International que trata de itens fundamentais para garantir os procedimentos básicos e de grande impacto para realização segura de um procedimento cirúrgico, tanto para a equipe executora quanto para o pacientede. Os ítens abordados são: procedimento correto, identificação do sítio cirúrgico, administração do antibiótico correto e na hora certa; e adesão a profilaxia de TEV (Tromboembolismo Venoso).
Estudo realizado por Atul Gawande, cirurgião e consultor da OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2008, publicado no livro “The Checklist Manifesto” mostra a importância da adoção dessas ferramentas para elevar o nível de segurança do paciente. A pesquisa foi realizada em grandes centros como Estados Unidos, Inglaterra, Índia, Nova Zelândia e Iraque. Com o uso do Checklist Cirúrgico foram percebidos benefícios surpreendentes:
  • 36% de redução nas complicações cirúrgicas;
  • 47% de redução da mortalidade;
  • 50% de redução em infecções;
  • 25% de redução no número de re-operações por sangramento ou complicações técnicas.
Checklist Cirúrgico


Itens de verificação Pré-operatória: O paciente só poderá ser encaminhado ao Centro Cirúrgico após ter seus itens de segurança checados. Os dados estão nos impressos institucionais do prontuário – entre eles, o Algoritmo de Profilaxia de Tromboembolismo Venoso (TEV). Também deve ser demarcado o sítio cirúrgico e o consentimento informado com lateralidade, além da presença de exames complementares.
Check in: Ao entrar no Centro Cirúrgico, a equipe de enfermagem deve checar os dados de identificação do paciente, os impressos institucionais do prontuário já preenchidos e a demarcação do sítio cirúrgico, se for o caso.
Time out: A equipe de enfermagem, já na sala cirúrgica e na presença do cirurgião e do anestesista, deve fazer em voz alta a conferência de todos os itens de identificação do paciente, assim como do procedimento a ser feito. É citada a parte do corpo a ser operada e a disponibilidade de exames e equipamentos necessários. Há também a apresentação de todos os membros da equipe, a verificação da profilaxia antimicrobiana e a discussão de tempos críticos do procedimento. Importante: a cirurgia só deve ser iniciada após essa conferência, com liberação pela enfermeira da sala.
Check out: Após a finalização da cirurgia, a equipe de enfermagem faz a contagem de compressas, identifica peças para a anatomia patológica, soros e infusões. Também recomenda, por escrito, cuidados para o encaminhamento do paciente à Recuperação Anestésica ou Unidade Intensiva. Caso algum dado checado não esteja contemplado, o processo deve parar e o paciente ficará em sala até a regularização da situação.
Perceba que são necessários vários profissionais trabalhando em consonância para que a segurança do paciente seja assegurada. O trabalho em equipe é fundamental. Participe e colabore!


Boas Vindas


Olá pessoal, sejam bem vindos ao blog da disciplina Bases Teóricas de Enfermagem Cirúrgica. Este blog foi criado para nos auxiliar no andamento da disciplina, modernizar e até tornar mais prazeroso o desenvolvimento de nossas atividades. Por meio deste, poderemos otimizar nossas tarefas e facilitar nossa comunicação, já que será possível disponibilizar material para estudos, publicar atividades a serem desenvolvidas extraclasse, divulgar resultados, dentre tantas outras possibilidades que estas ferramentas tecnológicas nos permitem. Espero que gostem e aproveitem esta “informatização” da disciplina.